terça-feira, 12 de novembro de 2013

CARRINHO DE MÃOTECA - ENTRE BECOS E VIELAS - VL. PENTEADO - 27.10.2013

Mais uma vez chegamos com armamentos pesados para a batalha da quebrada, livros e brinquedos se entrelaçaram nas mãos das crianças e adultos que foram fisgados para construírem conosco. O carrinho de mão além de um símbolo de construção é um símbolo de resistência, pois sabemos a importância dele nas construções arquitetônicas que Niemeyer muitas vezes ficava de boca aberta nas geografias dos becos e das vielas. Sabemos também da importância do carrinho repleto de livros, devaneios e lutas para a construção e reconstrução do que está posto para os nossos pares, não queremos reprodutores e sim criadores e transformadores que se transformam, sem formatação ou imposição de pensares. Desta vez foi na Vila Penteado, zona norte de SP que chegamos devagarinho, nossa quebrada, Brasilândia, e sim, chegamos devagarinho, pois aprendemos desde muito cedo saber chegar para poder sair, em suma, foi lindo e potente, para nós e para os molecotes e molecotas que nos deram este prazer de partilhar com eles. Extremamente agradecido ao meu irmão Carlos Eduardo Cau e sua filha de 8 anos que se entregou inteiramente para que seus brinquedos e livros chegassem nas mão e corações de outras crianças do mesmo bairro em que vive, agradeço também aos doadores e doadoras que me procura e em especial Juliana Teggi que tem dado muito apoio para a Carrinho de Mãoteca, ela sabe que manter um projeto independente não é fácil, e este projeto não precisa de grandes empresas por trás e sim de grandes pessoas, e disso eu não posso reclamar, pois em meio a um monte de desmotivadores eu encontro vida nestas grandes pessoas e seguimos com simplicidade e muita vontade de ocupar nosso lugar nos posicionando no mundo. Tudo e todos que perdi e conquistei nesta minha curta vida, foi por conta de eu acreditar que depois de quase 10 anos (1999-2009) com meus versos engavetados e meus pensamentos engaiolados eu não conseguiria viver vendado, e nisto tenho que ressaltar que o Sarau da Brasa, o Claytão Projeto Espremedor) e minha experiência no CCJ me proporcionaram a fuga das bombas que explodiam dentro de mim, agora lanço granadas de conhecimentos inexplicáveis, que foram confeccionadas através das vidas que conheci, através destes espaços e pessoas. “ Chellmí, e quem não entendeu? ” Deixo a reflexão para estas pessoas que por algum motivo ainda não entenderam ou não irão entender, que existem ações que não nascem para serem compreendidas e sim para serem sentidas e nos atravessarem. A guerra continua !
Chellmí – Jovem Escritor Paulista – 27.10.2013 – 22:52